sábado, 24 de setembro de 2011

O melhor amigo do homem: a história social do cão


Dizem por aí que o cão é o melhor amigo do homem, principalmente na fala de muitos apreciadores dessa espécie animal. Mas se levarmos em conta a história da humanidade, é bem verdade que o cão, esteve sempre presente na vida humana, e a partir de sua existência, juntamente ao lado  deste, o cachorro conseguiu marcar o seu território.
A origem do cão doméstico data de 35 mil anos, com o aparecimento dos miacídios que deram origem aos canídeos primitivos, de acordo David Tylor em sua obra “You & Your Dog”. Com a evolução da espécie, hoje podemos encontrar uma diversidade de raças e de usos sociais que o homem procura fazer deste a partir de suas características.
Fazendo um percurso na história, encontramos os cães que eram (e são) caçadores, ou pastores de ovelhas. Outros possuem a capacidade de rastrear, ou para simplesmente fazer companhia ao seu dono, como forma de entretenimento.
Um caráter social bastante relevante é o que diz respeito aos cães guias. Estes são treinados e adestrados para darem suporte e assistência a deficientes visuais. Através de sua perspicácia, o cão guia tem de saber discernir os perigos que rondam o percurso da rotina diária do deficiente visual. Imaginem só a nobreza desse ato!
Um fato interessante e que merece destaque é quanto à história social do cão nas diversas civilizações. No Egito, por exemplo, o cão era adorado como um deus conhecido como Anúbis que tinha a cabeça no formato de um chacal, e que era considerado como o guardião dos mortos. Já na Grécia, o cão tinha um lugar específico: era o protetor do Hades. Entre os fenícios, os cães passaram a ser difundidos. E em Roma, muitos desses animais eram adestrados para participarem dos espetáculos dos gladiadores.
Chegando à Idade Média, com a epidemia da peste negra que dizimou muitas pessoas, os cães dessa época, devoravam os mortos encontrados. Por esse motivo, os cães eram vistos como o limite entre a vida e a morte.
Chegando ao período do Renascimento, o cão ganha uma difusão ainda maior, devido às navegações, e é expandido em muitas sociedades.
Percebam que o cão ao longo da história da humanidade sempre esteve presente, a partir de sua origem, nas atividades do homem, seja para auxiliá-lo, ou dando suporte a este.  E isso pode ser percebido com a participação de cães de grande porte na Primeira Grande Guerra, prestando serviços de comunicação e transportando víveres e munições, além de vigiarem campos de prisioneiros e rastreando foragidos.
Nos tempos de hoje, vemos um processo de hominização dos cães: eles vão perdendo caracteres animais e transformando-se em homens, ao passo que passam a adotar determinados costumes humanos, como o uso de roupas, perfumes, acessórios; não por vontade própria, mas por imposição de seus donos.
O cão é representado nas artes, na literatura, como a figura “Baleia” da obra Vidas Secas de Graciliano Ramos, que num momento de extrema miséria, caçou um preá e o entregou a Fabiano, seu dono. Nas animações encontramos o Pateta e o Pluto de Walt Disney; nos desenhos temos os exemplos de Snoop, Scooby Doo, bem como o Bidu, de Maurício de Souza, nos seus quadrinhos. Sem contar que esses caninos marcam presença nas telonas como o grande sucesso “Marley e eu” e a história contida no emocionante filme “Sempre ao seu lado”.
É impressionante como esse pequeno grande ser acompanha o homem há muitos anos, num laço afetivo de amizade, companheirismo e gratidão. Amizade e serviço que atravessam fronteiras que vão além da morte. Um bom exemplo disso, tomando como referência o filme anteriormente citado, “Sempre ao seu lado”, baseado em uma história real, Hashiko, mesmo após a morte do seu dono, ficava a espera deste no mesmo ponto de sempre, aguardando seu amigo. Sempre fiel e leal, o cão nunca abandona o homem, e passa a fazer parte da família deste, criando laços tão profundos que jamais serão desatados. E mesmo que no seu pequeno curso de vida, de acordo com sua espécie, o cão quando parte, deixa marcas e boas lembranças de um tempo que não volta mais.

(Texto dedicado a um grande amigo, que na sua passagem meteórica deixou gravada na minha memória bons momentos. Meu amigo, meu Kenai).

Gláucia Santos de Maria

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