domingo, 20 de maio de 2012

"Um país se faz com homens e livros” *




          A vida acadêmica a cada dia que passa nos exige que foquemos o nosso tempo com diversas leituras. E quando se trata da área das humanidades como um todo, essa exigência se torna ainda maior. Constantemente temos apertado cada vez mais o nosso tempo no diálogo com os teóricos e pensadores. Nesse sentido pensando no caráter da leitura, me peguei indagando a seguinte questão: Como se dá o hábito da leitura entre os brasileiros de maneira geral? Será que temos lido muito? Eis que encontrei algumas respostas.
           Não há como negar que a invenção da imprensa por Johannes Guttenberg no século XV, certamente revolucionou a sociedade como um todo, na medida em que o conhecimento foi pouco a pouco se difundindo pelo mundo, conhecimento este antes restrito a uma minoria.
          Mas, e a leitura? Não há dúvida que a linguagem escrita foi uma das revoluções mais importantes para as sociedades, é a partir dela que os indivíduos têm a oportunidade de abarcar conhecimento com novas culturas, fazendo com que a integração desses mesmos indivíduos com a sociedade em que vive e com as que ele pode conhecer através dela.
           O hábito da leitura se concretiza cotidianamente, e o incentivo a essa prática é essencial para que os indivíduos tomem gosto em viajar nos livros. Acontece que aqui no Brasil, em pesquisa realizada pela segunda vez pelo Retratos da Leitura no Brasil (2008), na qual o principal objetivo era diagnosticar e medir o comportamento dos brasileiros quanto a leitura de livros, mas levando em conta também revistas, jornais, histórias em quadrinhos, livros digitais etc. A pesquisa era de caráter quantitativo de opinião, na qual os entrevistados foram visitados em seus domicílios a fim de responderem um questionário que visava conhecer o perfil dos leitores, e também dos não leitores a partir de suas opiniões , hábitos, preferências e práticas do dia a dia.
           A pesquisa mostra muitos dados, mas limitar-me-ei aos seguintes:
• Número de leitores: 95 milhões;
• Número de não-leitores: 77 milhões;
• Número de livros comprados: 1,2 livro por habitante/ano (o que dá 36,2 milhões de compradores de livros);
• Número de livros lidos (4,7 livros por habitante/ano).
(Fonte: Pesquisa Retratos da leitura no Brasil)
          Segundo Maria Antonieta Antunes Cunha, muitos dos entrevistados afirmam que não freqüentam bibliotecas, pois não estão estudando. Isso mostra que muitos relacionam a leitura com o fato de estar na escola por exemplo. Quanto ao ensino superior, a pesquisa ainda revela que o índice nessa parcela define o maior uso da leitura. E os dados não se esgotam.
           Preocupados em expandir o hábito da leitura, o Instituto Brasil Leitor conta com bases em vários estados brasileiros, com bibliotecas espalhadas em estações de metrô, de trem e terminais de ônibus, bibliotecas comunitárias. Eles atuam a dez anos nesse projeto, e visam cada vez mais atingir todo o território nacional.
             Essa explanação quanto à leitura no Brasil é apenas uma visão superficial que me propus a mostrar. As iniciativas quanto a pratica da leitura são importantes na medida em que elas ajudam a fomentar o conhecimento aos indivíduos, trazendo contribuições na formação cultural das pessoas. Entretanto, não basta apenas entregar um livro, mas criar medidas cabíveis quanto à importância desse hábito. É papel da sociedade como um todo difundir o conhecimento: tanto de pais, professores e o poder público. E quanto a nós acadêmicos, fica a dica de não nos enclausurarmos nas nossas torres intocáveis, e introjetarmos conhecimento para nós mesmos, o conhecimento tem que ser difundido, deve ser propagado! Enquanto a você, lhe desejo uma ótima leitura!

* Frase de Monteiro Lobato

Gláucia Santos de Maria